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A Inteligência Artificial Vai Substituir o Homem?

Foto do escritor: Marcilio MaranMarcilio Maran

"O verdadeiro comunicador não se forma, nasce. Seu talento não está apenas nas palavras que escolhe, mas na forma natural com que cativa, envolve e inspira."
"O verdadeiro comunicador não se forma, nasce. Seu talento não está apenas nas palavras que escolhe, mas na forma natural com que cativa, envolve e inspira."

Parece coisa de ficção científica, mas acreditem, não é. Estamos vivendo uma era em que a inteligência artificial (IA) está, aos poucos, substituindo de forma quase imperceptível diversas profissões. Muitas pessoas ainda não se deram conta de que mudanças significativas já ocorreram e que outras estão por vir. Neste texto, analisaremos algumas carreiras que já foram impactadas e aquelas que correm o risco de desaparecer, tornando desnecessária uma formação universitária tradicional e exigindo apenas um conhecimento técnico mínimo para operar determinadas ferramentas tecnológicas.


A primeira profissão que abordarei, e que me afeta diretamente, é a do comunicador. Desde que iniciei minha jornada nessa área, gravar textos comerciais para rádios, televisão e documentários sempre foi minha fonte de sustento. Tive o privilégio de emprestar minha voz a diversos projetos em pelo menos quatro estados brasileiros. A experiência e o talento sempre foram diferenciais que me garantiram oportunidades ao longo dos anos.


No entanto, com a ascensão da inteligência artificial, programas sofisticados já conseguem analisar minha voz e reproduzí-la com perfeição. Uma empresa de Belo Horizonte, para a qual eu prestava serviços, por exemplo, substituiu não apenas a mim, mas também a outros colegas da capital, utilizando um software que realiza gravações em tempo recorde e com um custo significativamente menor.

Aí vem a grande questão: será que a inteligência artificial pode substituir completamente a profissão de comunicador? A resposta é um retumbante "não". Apesar do avanço tecnológico, a verdadeira comunicação vai além de simplesmente emitir sons ou repetir frases programadas. O talento nato de um comunicador reside na interação humana, na capacidade de perceber e interpretar reações, ajustar a abordagem conforme o público e criar conexão emocional genuína. Isso ainda está longe do alcance da IA.


Para que a inteligência artificial substitua integralmente um comunicador, seria necessário um avanço revolucionário: a criação de um robô com imagem humana e sensibilidade psicológica capaz de compreender nuances culturais, desenvolver empatia espontânea e interagir de maneira natural e autêntica. E mesmo que tal avanço ocorra, não será por agora. Estamos falando de um horizonte de pelo menos 50 anos.


Muitos enxergam a comunicação como uma profissão fácil, acessível a qualquer um. Mas a verdade é que essa área atrai aventureiros que, sem o talento natural, esforçam-se para reproduzir aquilo que para os verdadeiros comunicadores é espontâneo. Há aqueles que tentam se projetar sem a devida bagagem, buscando prestígio e reconhecimento a qualquer custo. Contudo, a diferença entre um profissional autêntico e um impostor é visível e, inevitavelmente, o público sabe reconhecer.


Um ponto interessante sobre a inteligência artificial é que, ao contrário do ser humano, ela não sente inveja, vaidade ou a necessidade de aparecer. Uma máquina fará exatamente o que for programada para fazer, sem interesse em ocupar o lugar de outrem. Diferente de certos indivíduos que tentam, de maneira forçada e artificial, substituir profissionais de verdade, a IA não tem intenções ocultas.


No entanto, diversas profissões humanas estão fadadas a desaparecer nos próximos dez anos. Setores como atendimento ao cliente, operadores de telemarketing, redatores de textos básicos, motoristas de transporte, caixas de supermercados e analistas financeiros estão entre as carreiras mais ameaçadas pela automação e inteligência artificial. A razão para isso é simples: a IA é capaz de executar essas tarefas de maneira mais rápida, barata e com menor margem de erro. O mundo corporativo está em busca de eficiência, e a tecnologia fornece exatamente isso.

Mas nem tudo está perdido. Existem qualidades intrínsecas ao ser humano que nenhuma IA poderá substituir plenamente: criatividade, intuição, sensibilidade emocional e capacidade de improviso. A história nos ensina que avanços tecnológicos eliminam algumas profissões, mas criam outras novas. A chave para se manter relevante é evoluir constantemente, aprimorar habilidades e buscar diferenciais que vão além do que a tecnologia é capaz de oferecer.


Resumindo: ninguém é insubstituível, mas o verdadeiro talento nunca pode ser replicado com perfeição. Aqueles que tentam pular etapas e se projetar sem a bagagem necessária estão fadados ao fracasso. A rejeição do público será sempre a prova disso. No final, o melhor que qualquer pessoa pode fazer é esforçar-se para ser melhor, não diminuindo os outros, mas aprimorando a si mesmo.


Finalizo com uma reflexão: a verdadeira grandeza não está em tentar substituir os talentosos, mas sim em reconhecer e respeitar aquilo que é autêntico. E isso, meu caro leitor, nem mesmo a mais sofisticada inteligência artificial será capaz de compreender plenamente.

 

 

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