Sempre alertei aos prefeitos para os quais trabalhei, em minha trajetória como profissional nas áreas de comunicação, marketing, jornalismo, análise política e organização de eventos, sobre a importância de tomar decisões com cautela ao assumir uma prefeitura. Naturalmente, os compromissos assumidos em campanha precisam ser considerados, pois a palavra do candidato eleito representa a confiança depositada pelo eleitor. Este é o primeiro grande desafio enfrentado por qualquer gestor público nos primeiros dias de mandato.
Logo após a posse, uma avalanche de pedidos começa a surgir. Os brasileiros têm a habilidade de solicitar soluções rápidas, muitas vezes impossíveis. Quando o prefeito não atende, surgem desapontamentos e as famigeradas ameaças: “Daqui a quatro anos eu desconto a fatura”. Além disso, demandas não resolvidas pela gestão anterior acabam recaindo sobre os ombros do novo gestor, exigindo soluções imediatas.
Costumo dizer que, para alguns, ser prefeito é um privilégio, enquanto para outros é um verdadeiro sacrifício. Isso ocorre porque o cargo coloca o gestor em constante confronto entre a segurança que desfrutava na vida privada e os desafios de uma posição pública que exige nervos de aço. Resumidamente, ser prefeito é enfrentar o maior desafio que alguém pode escolher para sua vida.
OS TRÊS TIPOS DE PREFEITOS
Identifico três tipos de prefeitos que lidam com essas situações:
O experiente (“macaco velho”): Esse tipo de prefeito já conhece bem os costumes da população e sabe como gerenciar as demandas. Ele equilibra as situações por meio de estratégias bem planejadas ou soluções práticas.
O corrupto e mentiroso: Este é o verdadeiro mestre da “fake news”. Geralmente, tem um passado marcado por corrupção e usa o cargo para enriquecer de forma ilícita. É fácil identificar tal prefeito: seu patrimônio cresce inexplicavelmente durante o mandato, enquanto ele alega sorte ou benefícios de amigos.
O “marinheiro de primeira viagem”: Esse tipo é o mais vulnerável. Apesar da boa vontade, sofre pressões constantes de eleitores e aliados, que frequentemente tentam influenciar suas decisões. Caso não conte com uma equipe coesa e competente, seu governo pode ruir nos primeiros meses.
DECISÕES ESTRATÉGICAS
Como mencionei, as decisões de um prefeito precisam ser pensadas com sabedoria, compromisso com o povo e temor a Deus. É essencial montar uma equipe que respeite a hierarquia e compreenda suas funções. Sem isso, o governo se torna vulnerável a críticas e instabilidade.
SITUAÇÃO DAS PREFEITURAS NA REGIÃO
Em Sete Lagoas, o prefeito eleito Douglas Melo destacou em reunião recente a necessidade de aumentar a arrecadação do município e reduzir os gastos públicos para equilibrar o orçamento.
Em Funilândia, o prefeito Zé da Gurita, um veterano com experiência em várias gestões, herdou uma dívida significativa na casa de milhões. Segundo fontes próximas, ele está traçando um plano para lidar com o problema e em breve deverá anunciar soluções.
Já em Santana de Pirapama, o prefeito Marquinho Tameirão enfrenta desafios incalculáveis. A folha de pagamento do município é uma das maiores dificuldades, exigindo ajustes para equilibrar o orçamento em até 60 dias. Além disso, muitos departamentos ainda estão em estruturação, e senhas bloqueadas dificultam o acesso a arquivos e redes da prefeitura. Marquinho tem adotado uma postura de cautela e está avaliando soluções definitivas, aguardando o fechamento do primeiro mês de gestão.
REFLEXÕES PARA LIDERANÇAS
Como disse Nicolau Maquiavel em O Príncipe: “Os homens esquecem mais facilmente a morte do pai do que a perda do patrimônio.” Um líder eficaz precisa priorizar a estabilidade financeira e estrutural de sua gestão, pois é a base de qualquer governo bem-sucedido.
Da mesma forma, A Arte da Guerra, de Sun Tzu, nos ensina: “A suprema arte da guerra é derrotar o inimigo sem lutar.” Isso vale para a política: muitas vezes, os maiores desafios são resolvidos com estratégias inteligentes e alianças bem construídas.
Com base nessas lições, deixo uma reflexão: um líder só triunfa quando alia coragem, sabedoria e a capacidade de ouvir as vozes do povo e de sua consciência. Continuaremos atentos e informaremos as novidades aqui no Blog Maran em Foco.
Muito bem explicado. Cada Município tem suas dificuldades e os Administradores, escolhidos pelos munícipes, têm o dever de Administrar para todos e com responsabilidade financeira.